Entrevistas/Evento

Entrevista com Bruno Fiorese, diretor de Cowboy

Sempre encantado pelo mundo do cinema, Bruno Fiorese iniciou suas produções logo que entrou na faculdade. Participou das três primeiras edições do Festival de Cinema Universitário Latino Americano, Perro Loco, além de fazer parte do complexo de comunicação Magnífica Mundi, onde colabora até hoje. A produção de Cowboy foi resultado de uma matéria disciplinar, e mostra a visão de um catador de lixo sobre a coleta seletiva, além de outras abordagens. O curta já participou da Mostra Competitiva do XII  FICA, do Festival Guará, e agora foi apresentado no Histórias do Cinema e do Povo de Goiás.

Por Luiza Guimarães

De onde surgiu a ideia de produzir Cowboy?

O filme Cowboy – Oficial do Meio Ambiente, é resultado do II Módulo do curso “Sin Fronteras”. Neste curso, estudantes, representantes de povos indígenas e movimentos sociais brasileiros e bolivianos estudaram cinema documentário numa perspectiva de produção de baixo custo e realizaram vários filmes. O meu grupo decidiu por trabalhar com os catadores de materiais recicláveis porque havia um representante desta categoria fazendo o curso conosco, emerson Rocha, que até é um dos entrevistados no filme.

Você já havia produzido algo antes?

Antes do Cowboy havia produzido trabalhos de disciplinas na faculdade e também participei da produção de um outro documentário, chamado “La Anécdota de una Passión”, no I Módulo do Curso Internacional de Cinema Documentário “Sin Fronteras”, realizado pelo Coletivo Magnífica Mundi em parceria com a ECA – Escuela de Cine y Artes Audiovisuales de La Paz, Bolívia.

Está trabalhando em algum outro projeto recentemente?

No momento, além de ainda me manter ativo nos projetos do Coletivo Magnífica Mundi dentro da UFG, faço parte de um outro coletivo de produções culturais chamado Saraivada, que tem como uma das frentes de atuação a produção audiovisual. E estamos concorrendo nos editais em busca de apoio financeiro para os nossos projetos.

De onde surgiu o interesse pelo audiovisual?

O mundo do cinema sempre nos encanta desde crianças com as animações e desenhos televisivos, principalmente. Mas quando entrei na faculdade de comunicação e me vi na possibilidade de participar mais de perto do universo da produção audiovisual fiquei tentado e entrei de cabeça. Primeiro, foi na participação do Coletivo Perro Loco nas três primeiras edições do festival e depois veio o Coletivo Magnífica Mundi, o qual faço parte até hoje, com cursos, oficinas e produções de documentários.

Como você avalia o cenário do audiovisual hoje em Goiás?

Antes de tudo, fazer cinema no Brasil é coisa para loucos. Primeiro, porque é muito caro, em todos os sentidos, tanto para comprar equipamentos como para estudar e se especializar tecnicamente para a área. E depois, como consequência de vários fatores políticos e porque não econômicos, não temos aqui ainda um grande público. O Brasil está formando público consumidor a passos lentos. E Goiás, por não estar no grande eixo, sofre um pouco mais com toda esta situação. Não há incentivo público suficiente para fomentar a área e a iniciativa privada só participa das produções quando interessa aos seus bolsos. No entanto, há uma nova geração que está lutando e perseguindo o objetivo de implantar um mercado audiovisual consistente, mesmo que independente e está conseguindo.

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